sexta-feira, 8 de outubro de 2010

É PRECISO TER CUIDADO


Quem cuida sempre tem, já diz a sabedoria popular.

Só os pescadores sabem o quão cansado se chegada de uma pescaria. Na maioria das vezes acordamos muito cedo, nos deslocamos de carro, navegamos algum tempo, arremessamos muitas vezes, trabalhamos as iscas, ficamos em pé maior parte do tempo etc. No mar, o próprio balanço das ondas é o bastante para deixar qualquer um cansado.
Pois é, mas a pescaria que começa antes mesmo que as linhas estejam esticadas e as iscas estejam na água, também não termina quando o pescador chega em casa mesmo cansado. É hora de lavar o material de pesca, para que ele dure muito outras pescarias e renda bastantes alegrias ao pescador.
Vale lembrar que o investimento feito em equipamentos de pesca, principalmente em se tratando de pesca com iscar artificiais, é, no mínimo, razoável. Só isso já compensa o esforço. Negligenciar a limpeza de seu equipamento pode custar muito mais em aborrecimento e dinheiro do que o perder alguns minutos dedicando-se a isso. Vale lembrar que em s tratando de água salgada o efeito corrosivo é rápido e agressivo, então tenha cuidado, pois quem cuida sempre tem.
O que veremos aqui são dicas rápidas, básicas e eficientes de como manter o equipamento de pesca limpo para prevenir que seu desgaste seja maior do que o que já ocorre. Pode parecer inútil, mas algumas dicas aqui poderão garantir o sucesso de futuras pescarias.

CARRETILHAS E MOLINETES:
Estes equipamentos são os que vão requere maior cuidado. Rolamentos e ferrugem não combinam muito bem, aliás, rolamentos não combinam bem com água mesmo, eles precisam estar sempre bem lubrificados e limpos. Vamos a algumas dicas.
No vídeo abaixo você pode ver como lavar as carretilhas. Esteja atento a dicas como: antes de molhar este equipamento feche-a ao máximo.




Quanto aos molinetes você pode seguir a mesma lógica do vídeo acima não se esquecendo de fechar bem a fricção antes de molha-lo.

Agora, NUNCA afogue sua carretilha ou molinete jogando inteiro em um balde ou piscina achando que você vai lavar o equipamento com rapidez. Na verdade as engrenagens e rolamentos ficaram engripados pelo contato com a água e com o cloro.
Um procedimento bem interessante é o seguinte, após a secagem da carretilha ou do molinete, use óleo “singer” para lubrificar os rolamentos aparentes e os parafusos tb. O uso do óleo é em quantidade de reduzida, uma gotinha em cada rolamento, uma gotinha onde se encaixa o eixo e também nos parafusos da carenagem. Isso evita a oxidação. No caso dos molinetes não esqueça de usar as mesmas gotinhas nos discos de frenagem. Eles estão na parte superior do carretel.
Certamente uma manutenção mais detalhada será necessária de tempos em tempo, mas estas ações preventivas diminuirão, inclusive, a quantidade de vezes em que se fará necessário este processo que envolve o desmonte das carretilhas/molinetes, aplicação de graxa e a limpeza de cada peça.


LINHAS:
Obviamente as linhas são lavadas junto com os carreteis e devem sempre estar secas quando as carretilhas forem guardadas em capas protetoras ou afins. O risco da linha apodrecer, se guardada em ambiente fechado molhada, é grande. Uma dica é o uso de silicone liquido para proteger o multifilamento. Você pode aplica-lo em spray no carretel ou passar na linha com uma flanela humedecida com este produto, fazendo com que a linha corra no pano. Este segundo procedimento é bem interessante já que limpa a linha também.

CANIÇOS:
Os passadores merecem também uma atenção especial quanto a sua limpeza. Você pode levar para o banho e lavar os passadores com sabonete e agua corrente. Há quem passe uma solução de água e vinagre para evitar a oxidação, particularmente opto pela primeira opção e de tempos em tempos aplico um pouco de óleo singer com um pano na base dos passadores. O mesmo procedimento cabe em qualquer parte metálica dos caniços.

ISCAS:
Iscas devem ser lavadas ao final de cada pescaria. Uma dica útil é, durante a pescaria, não misturar as iscas usadas com as que não forem utilizadas. Leve um pote plástico e separa as iscas que forem para a água das que não forem, chegando em casa coloque as iscas usadas em recipiente qualquer (balde, por exemplo) e deixe a água corrente entrando ali por algum tempo. Deixe de molho com um pouquinho de bicarbonato e deixe secar no dia seguinte. Há quem não use o bicarbonato e também quem lave isca por isca passando detergente neutro com uma escova de dente em cada garatéia e support hook. A dica do bicarbonato substitui essa necessidade.

NUNCA guarde as iscas molhadas, mesmo que sejam utilizadas em agua doce, ou depois de lavadas.

Fazendo assim o nossos equipamentos, responsáveis por momentos tão marcantes, estarão sempre prontos para que nos sirvam da melhor forma. Depois de tudo isso só resta descansar e aguardar ansioso a próxima pescaria.

Um grande abraço e iscas na água.

Fabio Teixeira

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

NÓS PRECISAMOS CONHECER NÓS



"Conhece-te a ti mesmo"

Esta é uma das frases mais conhecidas da História. Nela Sócrates reflete a grande necessidade que temos de buscarmos conhecer a nós mesmo e assim sabermos, inclusive, os nossos limites pessoais. Nessa busca o reconhecermos, principalmente, o que não sabemos. Este autoconhecimento faz com que não homem nã nos orgulhemos demais. Esta opção é ,inevitavelmente, pela ignorância e pela arrogancia. Também não devemos nos depreciar. Esta segunda é a opção pela auto piedade e pela mesquinhez. Os dois extremos impossibilitam o aprendizado e o conhecimento do novo. Sócrates, filósofo grego clássico que viveu entre os anos 460 e 400 a.C é considerado um dos mais influentes pensadores para a formação do pensamento ocidental.

Você notou que o titulo deste artigo é um trocadilho? Sim, e ele permite esta reflexão filosófica, porém o tema não é o pronome pessoal na primeira pessoa do plural "nós", mas sim o substantivo "NÓS", plural de "NÓ", e a necessidade que nós pescadores temos de conhecermos, ao menos, o básico sobre como atar as linhas.

Antes de iniciarmos esta rápida amostragem é importante dizer que o melhor nó é aquele ao qual você se adapta a confeccionar e no qual mais confia. Esta confiança é fundamental e ganha-la (ou conquista-la) só é possível com treino, por isso gaste algum tempo livre treinando seus nós. Isso pode determinar o desempenho em uma pescaria, além de evitar aborrecimentos. Exatamente isso, já que é bem desagradável perder aquela isca estimada ou aquele belo peixe por causa de um nó mal feito.
Os nós aqui serão mostrados são usados, principalmente, em multifilamentos, dado que este tipo de linha é hoje, praticamente uma unanimidade entre os pescadores que usam iscas artificiais.
Como existe uma grande variedade de opções de nós de pesca elegi aqueles que me parecem mais fáceis e confiáveis e vamos dispô-los aqui didaticamente na seguinte ordem: começando do nó para atar a linha na carretilha ou molinete, passando pelo nó para emendar o multifilamento com multifilamento, em caso de arrebentar a linha principal ou para o uso de "cama" no fundo do carretel, chegando aos nós para atar o líder na linha e terminando nas opções mais simples para prender o grampo na linha de arranque (líder).
Quanto às imagens e a forma de confecção vou mostra a imagem do nó pronto e, quando necessário, citar o link que possui a explicação mais clara.
Então vamos começar:

Nó para amarrar a linha no carretel (carretilha ou molinete) – Alguns dizem que este nó deve ser fraco para no caso do equipamento estar posto em uma espera e a linha for inteiramente tomada, o conjunto não ser “rebocado” pelo peixe, isto também pode acontecer com o barco em movimento e a isca presa em uma pedra por exemplo. Entretanto, o uso de um nó mais forte, neste caso, pode possibilitar que, em uma emergência com um peixe grande, se tenha algum tempo a mais para pensar em alguma outra atitude a ser tomada. Fato é que diante de tais fatos, com a adrenalina a mil, qualquer segundo pode fazer a diferença e a capacidade de ser o mais frio possível também . Outra questão é que um equipamento bem equilibrado é um dos grandes segredos da pesca. Nó faz parte deste equilíbrio. Citarei dos exemplos aqui, um mais fraco e outro mais forte.

Nó ARBOR – Este seria o “mais fraco”, como citado acima.




Link: Clique aqui

Nó de Pescador – Este é “mais forte”.




Nó para unir linhas de multifilamento, (inclusive de espessuras diferentes) – O uso destes nós, como já citado, é tanto para atar a linha principal na “cama”, que é a utilização de alguns metros de linha antes da linha principal para aumentar a quantidade de linha no carretel, quanto para fazer emendas no multifilamento em caso dele arrebentar/cortar. Em minha opinião as melhores opções são estas:

Nó de SANGUE :



Link:Clique aqui

Outra opção:




Nó para unir o líder na linha principal – O tema líder ou arranque já necessita de um artigo próprio. Aqui não vamos nos aprofundar neste assunto, apenas vamos dizer que seu uso é fundamental principalmente pela baixa resistência a abrasão que as linhas de multifilamento possuem. Vou citar aqui dois dos nós mais usados para este fim. São estes:

Nó Allbright – È usado pela facilidade na confecção e rapidez também, porém muitos não confiam plenamente neste nó. Particularmente só uso em caso de emergência que exige rapidez na montagem do nó.



Link:Clique aqui

Nó Midnight – Apesar de alguns acharem sua confecção difícil um pouco de treino mostra que não há nada de difícil na sua montagem. Algumas dicas são boas: use a linha do líder bem esticada na hora de fazer o nó; o aperto deste nó ocorre depois que você faz o segundo grupo de voltas, segure a ponta do multifilamento juntamente com a linha principal com uma das mãos e o líder com outra, puxe cada um para um lado, pronto o aperto esta dado, os próximos passos são o fechamento do nó; use luvas para tal procedimento; queimar as pontas que restam após o nó estar pronto é fundamental. O SF é uma outra forma de montar este nó.



Link:Clique aqui

Nó para atar o grampo no líder – Da mesma forma “grampos” ou snaps também geram bastante assunto. Uma dica importante aqui e sempre que se fizer nós em linhas de monofilamento, em qualquer situação, é lubrificar o nó com saliva na hora de aperta-lo. Sem isso o calor do atrito queima e enfraquece a linha. Deixe alguns milímetros de linha sobrando e queime para que o nó fique mais seguro.



Link:Clique aqui


Estas são apenas algumas opções. Uma rápida pesquisa basta para ver que outros modelos e formas existem, mas considero que o domínio destes nós aqui descritos é o bastante para que o pescador esteja bem preparado para o desempenho do esporte. E não esqueça, o segredo de um bom nó é o treino. Uma boa pescaria começa em nós bem feitos e confiáveis.

Um grande abraço,

Fabio Teixeira