sexta-feira, 26 de novembro de 2010
O TEMPERO FAZ TODA DIFERENÇA
Quem gosta de cozinhar e também aquele que curte apenas degustar uma boa comida aprende rápido que o tempero faz uma boa diferença entre um bom prato e um prato comum. Tempero na comida é o detalhe, é o mínimo que influencia completamente no máximo. Influencia tanto para o positivo quanto para o negativo; tempero na medida errada estraga tudo.
Há meses atrás, pesquei com um "barqueiro" bem engraçado e cheio de frases feitas. Dentre tantas frases uma chamou atenção pela verdade e bom humor. Enquanto uns pegavam as poucas anchovas que atacavam as iscas artificiais (na ocasião praticávamos o speed jig, modalidade onde os JJ são recolhidos de forma rápida e, na maioria das vezes, na vertical em relação à coluna d'água. Usa-se jigs simétricos por facilitarem na hidrodinâmica) outros não tinham nenhuma ação sequer. Observando tal fato, nosso filósofo do mar diz: "Isso ai é o tempero da mão".
Todos riram e eu fiquei pensando nisso e matutando sobre aquela grande verdade - o jeito, o detalhe, o trabalho feito com observação e capricho faz toda a diferença. Até mesmo em dias de peixe de "boca aberta" isso pode ser visto naquele companheiro que não entende porque não pega nada enquanto seus colegas não descansam na brincadeira. Pode se dizer que um dos motivos que mais influenciam o desempenham em uma pescaria é o tal "tempero da mão".
Deixo aqui apenas algumas recomendações bastante simples, frutos de minha busca pessoal pela medida certa do "tempero", sabendo que a única verdade absoluta é que em pescaria tudo pode mudar, ou seja, o "tempero" de hoje nem sempre servirá para todos os outros dias.
1. Observe, converse, ouça dicas e novamente observe pescadores que possuem mais experiência que você na modalidade de pesca utilizada naquele momento. Para mim essa é a principal dica sobre o "tempero da mão". Observe sempre.
2. Detalhes como: toques de ponta de vara, velocidade de recolhimento, posicionamento do caniço (mais apontado para a agua ou mais levantado), até mesmo a maneira de segurar o material, são fatores importantes a serem observados quando o assunto é a forma de trabalhar a isca.
3. Não ache que o fato de você dominar uma técnica faz com que esteja pronto para todas as demais. Isso é um grande problema para alguns pescadores que migram de uma modalidade para outra.
4. Leia e pesquise sempre. Pescaria esportiva começa com leitura. Há bons vídeos na internet e bons artigos também que podem te ajudar a "temperar" sua pescaria.
5. Não acredite em "iscas milagrosas". As melhores iscas do mercado também exigem uma mão bem temperada para potencializar suas qualidades.
6. Também não acredite em qualquer isca. Há algumas que nem com bom tempero são degustáveis. Entretanto, na maioria dos casos, a questão da relação isca-pescador e de adaptação de ambos os lados. Um se adequa melhor as qualidades do outro.
No mais é nunca achar que já se tem o tempero perfeito. Sempre podemos aprender mais alguma coisa sobre temperos.
Seguem abaixo dois exemplos de vídeos interessantes. Há muitos outros.
Este é sobre técnicas para o Vertical Jigging com carretilha e com molinetes:
Este mostra bem o trabalho para pequenos JJ no fundo, uma tecnica interessante para a montagem da isca e também o uso de camarão de silicone com jighead:
Um abraço temperado de respeito e fraternidade.
Fabio Teixeira
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
É PRECISO TER CUIDADO
Quem cuida sempre tem, já diz a sabedoria popular.
Só os pescadores sabem o quão cansado se chegada de uma pescaria. Na maioria das vezes acordamos muito cedo, nos deslocamos de carro, navegamos algum tempo, arremessamos muitas vezes, trabalhamos as iscas, ficamos em pé maior parte do tempo etc. No mar, o próprio balanço das ondas é o bastante para deixar qualquer um cansado.
Pois é, mas a pescaria que começa antes mesmo que as linhas estejam esticadas e as iscas estejam na água, também não termina quando o pescador chega em casa mesmo cansado. É hora de lavar o material de pesca, para que ele dure muito outras pescarias e renda bastantes alegrias ao pescador.
Vale lembrar que o investimento feito em equipamentos de pesca, principalmente em se tratando de pesca com iscar artificiais, é, no mínimo, razoável. Só isso já compensa o esforço. Negligenciar a limpeza de seu equipamento pode custar muito mais em aborrecimento e dinheiro do que o perder alguns minutos dedicando-se a isso. Vale lembrar que em s tratando de água salgada o efeito corrosivo é rápido e agressivo, então tenha cuidado, pois quem cuida sempre tem.
O que veremos aqui são dicas rápidas, básicas e eficientes de como manter o equipamento de pesca limpo para prevenir que seu desgaste seja maior do que o que já ocorre. Pode parecer inútil, mas algumas dicas aqui poderão garantir o sucesso de futuras pescarias.
CARRETILHAS E MOLINETES:
Estes equipamentos são os que vão requere maior cuidado. Rolamentos e ferrugem não combinam muito bem, aliás, rolamentos não combinam bem com água mesmo, eles precisam estar sempre bem lubrificados e limpos. Vamos a algumas dicas.
No vídeo abaixo você pode ver como lavar as carretilhas. Esteja atento a dicas como: antes de molhar este equipamento feche-a ao máximo.
Quanto aos molinetes você pode seguir a mesma lógica do vídeo acima não se esquecendo de fechar bem a fricção antes de molha-lo.
Agora, NUNCA afogue sua carretilha ou molinete jogando inteiro em um balde ou piscina achando que você vai lavar o equipamento com rapidez. Na verdade as engrenagens e rolamentos ficaram engripados pelo contato com a água e com o cloro.
Um procedimento bem interessante é o seguinte, após a secagem da carretilha ou do molinete, use óleo “singer” para lubrificar os rolamentos aparentes e os parafusos tb. O uso do óleo é em quantidade de reduzida, uma gotinha em cada rolamento, uma gotinha onde se encaixa o eixo e também nos parafusos da carenagem. Isso evita a oxidação. No caso dos molinetes não esqueça de usar as mesmas gotinhas nos discos de frenagem. Eles estão na parte superior do carretel.
Certamente uma manutenção mais detalhada será necessária de tempos em tempo, mas estas ações preventivas diminuirão, inclusive, a quantidade de vezes em que se fará necessário este processo que envolve o desmonte das carretilhas/molinetes, aplicação de graxa e a limpeza de cada peça.
LINHAS:
Obviamente as linhas são lavadas junto com os carreteis e devem sempre estar secas quando as carretilhas forem guardadas em capas protetoras ou afins. O risco da linha apodrecer, se guardada em ambiente fechado molhada, é grande. Uma dica é o uso de silicone liquido para proteger o multifilamento. Você pode aplica-lo em spray no carretel ou passar na linha com uma flanela humedecida com este produto, fazendo com que a linha corra no pano. Este segundo procedimento é bem interessante já que limpa a linha também.
CANIÇOS:
Os passadores merecem também uma atenção especial quanto a sua limpeza. Você pode levar para o banho e lavar os passadores com sabonete e agua corrente. Há quem passe uma solução de água e vinagre para evitar a oxidação, particularmente opto pela primeira opção e de tempos em tempos aplico um pouco de óleo singer com um pano na base dos passadores. O mesmo procedimento cabe em qualquer parte metálica dos caniços.
ISCAS:
Iscas devem ser lavadas ao final de cada pescaria. Uma dica útil é, durante a pescaria, não misturar as iscas usadas com as que não forem utilizadas. Leve um pote plástico e separa as iscas que forem para a água das que não forem, chegando em casa coloque as iscas usadas em recipiente qualquer (balde, por exemplo) e deixe a água corrente entrando ali por algum tempo. Deixe de molho com um pouquinho de bicarbonato e deixe secar no dia seguinte. Há quem não use o bicarbonato e também quem lave isca por isca passando detergente neutro com uma escova de dente em cada garatéia e support hook. A dica do bicarbonato substitui essa necessidade.
NUNCA guarde as iscas molhadas, mesmo que sejam utilizadas em agua doce, ou depois de lavadas.
Fazendo assim o nossos equipamentos, responsáveis por momentos tão marcantes, estarão sempre prontos para que nos sirvam da melhor forma. Depois de tudo isso só resta descansar e aguardar ansioso a próxima pescaria.
Um grande abraço e iscas na água.
Fabio Teixeira
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
NÓS PRECISAMOS CONHECER NÓS
"Conhece-te a ti mesmo"
Esta é uma das frases mais conhecidas da História. Nela Sócrates reflete a grande necessidade que temos de buscarmos conhecer a nós mesmo e assim sabermos, inclusive, os nossos limites pessoais. Nessa busca o reconhecermos, principalmente, o que não sabemos. Este autoconhecimento faz com que não homem nã nos orgulhemos demais. Esta opção é ,inevitavelmente, pela ignorância e pela arrogancia. Também não devemos nos depreciar. Esta segunda é a opção pela auto piedade e pela mesquinhez. Os dois extremos impossibilitam o aprendizado e o conhecimento do novo. Sócrates, filósofo grego clássico que viveu entre os anos 460 e 400 a.C é considerado um dos mais influentes pensadores para a formação do pensamento ocidental.
Você notou que o titulo deste artigo é um trocadilho? Sim, e ele permite esta reflexão filosófica, porém o tema não é o pronome pessoal na primeira pessoa do plural "nós", mas sim o substantivo "NÓS", plural de "NÓ", e a necessidade que nós pescadores temos de conhecermos, ao menos, o básico sobre como atar as linhas.
Antes de iniciarmos esta rápida amostragem é importante dizer que o melhor nó é aquele ao qual você se adapta a confeccionar e no qual mais confia. Esta confiança é fundamental e ganha-la (ou conquista-la) só é possível com treino, por isso gaste algum tempo livre treinando seus nós. Isso pode determinar o desempenho em uma pescaria, além de evitar aborrecimentos. Exatamente isso, já que é bem desagradável perder aquela isca estimada ou aquele belo peixe por causa de um nó mal feito.
Os nós aqui serão mostrados são usados, principalmente, em multifilamentos, dado que este tipo de linha é hoje, praticamente uma unanimidade entre os pescadores que usam iscas artificiais.
Como existe uma grande variedade de opções de nós de pesca elegi aqueles que me parecem mais fáceis e confiáveis e vamos dispô-los aqui didaticamente na seguinte ordem: começando do nó para atar a linha na carretilha ou molinete, passando pelo nó para emendar o multifilamento com multifilamento, em caso de arrebentar a linha principal ou para o uso de "cama" no fundo do carretel, chegando aos nós para atar o líder na linha e terminando nas opções mais simples para prender o grampo na linha de arranque (líder).
Quanto às imagens e a forma de confecção vou mostra a imagem do nó pronto e, quando necessário, citar o link que possui a explicação mais clara.
Então vamos começar:
• Nó para amarrar a linha no carretel (carretilha ou molinete) – Alguns dizem que este nó deve ser fraco para no caso do equipamento estar posto em uma espera e a linha for inteiramente tomada, o conjunto não ser “rebocado” pelo peixe, isto também pode acontecer com o barco em movimento e a isca presa em uma pedra por exemplo. Entretanto, o uso de um nó mais forte, neste caso, pode possibilitar que, em uma emergência com um peixe grande, se tenha algum tempo a mais para pensar em alguma outra atitude a ser tomada. Fato é que diante de tais fatos, com a adrenalina a mil, qualquer segundo pode fazer a diferença e a capacidade de ser o mais frio possível também . Outra questão é que um equipamento bem equilibrado é um dos grandes segredos da pesca. Nó faz parte deste equilíbrio. Citarei dos exemplos aqui, um mais fraco e outro mais forte.
Nó ARBOR – Este seria o “mais fraco”, como citado acima.
Link: Clique aqui
Nó de Pescador – Este é “mais forte”.
• Nó para unir linhas de multifilamento, (inclusive de espessuras diferentes) – O uso destes nós, como já citado, é tanto para atar a linha principal na “cama”, que é a utilização de alguns metros de linha antes da linha principal para aumentar a quantidade de linha no carretel, quanto para fazer emendas no multifilamento em caso dele arrebentar/cortar. Em minha opinião as melhores opções são estas:
Nó de SANGUE :
Link:Clique aqui
Outra opção:
• Nó para unir o líder na linha principal – O tema líder ou arranque já necessita de um artigo próprio. Aqui não vamos nos aprofundar neste assunto, apenas vamos dizer que seu uso é fundamental principalmente pela baixa resistência a abrasão que as linhas de multifilamento possuem. Vou citar aqui dois dos nós mais usados para este fim. São estes:
Nó Allbright – È usado pela facilidade na confecção e rapidez também, porém muitos não confiam plenamente neste nó. Particularmente só uso em caso de emergência que exige rapidez na montagem do nó.
Link:Clique aqui
Nó Midnight – Apesar de alguns acharem sua confecção difícil um pouco de treino mostra que não há nada de difícil na sua montagem. Algumas dicas são boas: use a linha do líder bem esticada na hora de fazer o nó; o aperto deste nó ocorre depois que você faz o segundo grupo de voltas, segure a ponta do multifilamento juntamente com a linha principal com uma das mãos e o líder com outra, puxe cada um para um lado, pronto o aperto esta dado, os próximos passos são o fechamento do nó; use luvas para tal procedimento; queimar as pontas que restam após o nó estar pronto é fundamental. O SF é uma outra forma de montar este nó.
Link:Clique aqui
• Nó para atar o grampo no líder – Da mesma forma “grampos” ou snaps também geram bastante assunto. Uma dica importante aqui e sempre que se fizer nós em linhas de monofilamento, em qualquer situação, é lubrificar o nó com saliva na hora de aperta-lo. Sem isso o calor do atrito queima e enfraquece a linha. Deixe alguns milímetros de linha sobrando e queime para que o nó fique mais seguro.
Link:Clique aqui
Estas são apenas algumas opções. Uma rápida pesquisa basta para ver que outros modelos e formas existem, mas considero que o domínio destes nós aqui descritos é o bastante para que o pescador esteja bem preparado para o desempenho do esporte. E não esqueça, o segredo de um bom nó é o treino. Uma boa pescaria começa em nós bem feitos e confiáveis.
Um grande abraço,
Fabio Teixeira
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
ESTES NOSSOS BRINQUEDOS COLORIDOS
Todo pescador sabe que aquela pescaria agendada começa bem antes do momento em que as iscas serão lançadas na água. A preparação da tralha, a escolha das iscas, a confecção dos nós, o lanche, a previsão do tempo etc, tudo isso já é a pescaria acontecendo, ao menos na expectativa do pescador.
Em se tratando de iscas artificiais, ou de quem quiser usa-las de forma mais eficiente e dinâmica, será preciso uma conscientização de que pescar começa muito antes de qualquer pescaria agendada. Explico: algum tempo dedicado à leitura, a pesquisa, ao estudo será necessário para quem quiser realmente compreender o que é pescar com esses peixes de plástico ou de qualquer outra matéria prima. Vale lembrar que as primeiras iscas artificiais em forma de "plug" (também chamados simplesmente de baits) confeccionadas pelo finlandês Louri Rapala em 1930, considerado o pai desta modalidade, eram feitas de madeira balsa, material ainda utilizado e bem aceito até hoje.
Meu objetivo neste artigo é procurar trazer, principalmente ao iniciante no uso de artificias, uma visão geral e didática de como esses nossos brinquedos de classificam. Pode parecer inútil, porém este entendimento nos permite uma visão mais abrangente sobre o assunto que nos ajuda na hora de escolher qual isca usar na hora em que elas deverão fazer o papel para o qual foram projetadas: trazer até nós aquele belo troféu .
Basicamente, o tipo de isca artificial aqui em voga é classificado pela profundidade da ação das mesmas na coluna d’água, ou seja onde na água elas vão trabalhar nadar. Veremos também dentro de cada classe os principais modelos diferenciados pelo trabalho que realizam. Dois detalhes aqui se fazem necessários, primeiramente não vou abordar o assunto “marca” de isca, cada um vai adquirindo suas iscas de acordo com gosto pessoal e condição financeira. Pretendo ainda escrever sobre isto, mas já adianto que o conceito de isca melhor é bastante relativo. O segundo detalhe é que não vou tratar aqui do assunto “como trabalhar cada isca”. Este tema também vai ficar para outro artigo.
Assim, usando o critério de classificar as artificiais pela profundidade de ação, podemos dizer que os plugs se classificam assim:
• Iscas de Superfície – Como o nome já diz seu raio de ação acontece na “flor da água”. São consideradas as mais esportivas das iscas artificiais, principalmente pelo fato de proporcionar ao pescador a visualização do ataque do peixe. Os modelos mais conhecidos são:
- As zaras – Iscas que trabalham fazendo um “Z” enquanto nadam. Possivelmente, dentre as iscas de superfície, estas sejam as mais famosas. Seu nado imita um peixinho ferido ou em fuga.
-Os sticks – Seu nome significa “palito” exatamente porque se caracteriza por ficar boiando “em pé” quando o pescador para de recolher a linha, ou fazer o trabalho de nado. Este fato se dá porque os sticks possuem um lastro (peso) em sua parte traseira. Normalmente são iscas muito dinâmicas, isso porque aceitam o trabalho de zara e ainda podem nadar na sub-superficie, se o pescador adquirir a pratica para tal. Entretanto sua principal característica é poder nadar praticamente no mesmo lugar, aliás esse é o nado clássico dos sticks, imitar uma presa que tenta afundar, mas não consegue se estabilizar, por isso boia tentando respirar.
-Os poppers – Iscas que possuem na frente uma abertura como se fosse uma grande boca aberta. Seu nome vem do barulho e das bolhas que se formam quando a isca é trabalhada. Simula um pequeno predador caçando no território alheio, aguçando assim o instinto de defesa territorial do predador.
- As hélices – Muitas lembram as zaras em seu formato, porém equipadas com um par de hélices atrás (algumas também as tem na frente). Seu trabalho visa atrair o predador pelo barulho que as hélices produzem na água. Podem imitar o mesmo que os poppers, irritando o peixe pelo ruído que gera, porém também podem se assemelhar a um inseto que caiu na água e nada batendo suas asas na superfície.
Para a maioria dos pescadores esportivos a experiência de pescar com iscas de superfície torna-se uma pescaria a parte, fazendo com que alguns busquem pescar dessa forma mais do que com as demais modalidades. Os pescadores de Tucunarés, Traíras, Robalos nos mangues, Xaréus, Ubaranas, dentre outras espécies, que o digam. Quando o peixe não come “em cima” parece que falta alguma coisa.
• Isca de Meia Água – Também conforme a denominação já diz, seu trabalho é abaixo da linha mais superficial do espelho d´agua. Sem duvida são as iscas artificiais mais utilizadas. Em alguns lugares ainda são chamadas de “rapalas”, herança dos tempos em que a dificuldade de adiquirir iscas artificiais fazia com que só a famosa marca fosse conhecida e assim virou o nome “genérico” dos plugs de meia água. Em se tratando do raio de ação na coluna dágua quando trabalhadas há três formas de caracterizar estes modelos de plugs. Esta caracterização se dá pelo o que ocorrerá com a isca depois que ela cair na água pós arremesso. Os termos usados são em inglês, mas são facilmente compreendidos, são eles: Floating; Suspending; Sinking, respectivamente significando Flutua; Suspensão e Afunda. Ou seja, quando caem na água alguns plugs flutuam e então seu nado “será de cima para baixo”. Os plugs que são suspendings, quando chegam à água afundam um pouco e depois para, de afundar ficando em suspensão, logo seu nado será já apartir da meia água para uma profundidade maior. As isca sinkings, logicamente , afundam e seu nado então, em termos de direção é do fundo para a superfície, “de baixo para cima. Vamos aos modelos.
- As Twitch Baits – O sentido do termo diz respeito ao trabalho extremamente errático que estas iscas fazem (twitch, espasmo ou toque repentino). Alguns pensam nestas iscas como sendo de superfície, porém, a maioria delas são de sub-superficie, dado que trabalham, a baixo da linha dagua, mas em menos profundidade que as iscas de meia água. Também podem ser floatings ou sinkings, isso corrobora mais ainda para classifica-las juntos aos demais modelos de meia-água, ainda que possam ser colocadas como um classe a parte.
- Os plugs de barbela – São as iscas de meia água clássicas. Barbela é a peça de plástico ou metal colocada na frente destas iscas e que determinam a profundidade do nado e a dinâmica do nado da isca. Quanto maior a barbela mais profundo será o nado da isca. Algumas dessas iscas são desenhas exclusivamente para uso na modalidade conhecida como “currico”, quando a embarcação literalmente reboca a iscas em uma velocidade pre determinada, fazendo assim com que a isca nade na profundidade para a qual foi projetada.
• Isca de Fundo (deep) – São iscas que atingem maiores profundidas que as de meia água, trabalhando, muitas vezes, rente ao fundo, tocando as estruturas que estão ali servindo de esconderijo para os predadores que espreitam suas presas. Alguns exemplos de iscas que trabalham desta forma são:
- Os plugs “barbeludos” – São iscas que possuem barbela bem grande e por isso nadam mais profundamente. Bem conhecidas nesta modalidade são as Crank Baits, que nadam “empurrando” o fundo com a parte dianteira da isca voltada para baixo, como um peixinho se alimentando do sedimendo.
- Os rattlings – Iscas que se caracterizam pelo barulho de chocalho (rattling) que fazem.
-Os Jigs – Aqui há uma variedade significativa de iscas: Jigs de peninha, jig head em iscas de silicone, junping jigs são exemplo de iscas extremamente produtivas e dinâmicas também. Como não são plugs não me dedicarei a eles agora, mas certamente voltaremos ao assunto.
Espero que este artigo sirva a você pescador como uma pequena ferramenta já que é um simples resumo de uma parte do vasto universo das iscas artificias. Um dos segredos na vida é nunca parar de aprender, para isso é preciso saber que há coisas que ainda não sabemos. Aqui tentei apenas dar uma visão geral do assunto. Se ajudar a você, valeu a pena o esforço.
Um grande abraço,
Fabio Teixeira
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
ACREDITO QUE TUDO COMEÇA ASSIM...
No Brasil pescar é sinônimo de peixe morto. "Matamos muito peixe hoje", é a forma comum de traduzir em palavras uma boa pescaria. "Esta isca é matadeira", assim se diz que determinada isca é produtiva na opinião de quem a lança na água.
O tema é dos mais polêmicos, porém o encaro com simplicidade. A mudança do paradigma "peixe morto, pescaria boa" já mudaria muita coisa. Entretando paradigmas são construções fortes e nada faceis de serem abalados, mas, mesmo que poucos comecem a mudança, ao menos alguma mudança ocorrerá.
Acho bem interessante levar um peixe para casa ou presentear um amigo com uma refeição feita com um peixe que eu mesmo pesquei e ainda poder dizer: "é peixe pescado e não peixe comprado", mas, como tudo na vida, para que a gente não se aproxime dos abismos que são os extremos, precisamos das seguintes palavras mágicas permeando nossas ações e decisões: equilíbrio, bom senso e razão, tudo isso temperado por uma boa dose de amor pelo que se faz.
Um outro paradigma que se faz presente nas pescarias é a forma como vemos os peixes. As estrelas destes dias tão especiais para nós, muitas vezes, são tratados como inimigos e não como oponentes neste jogo. O paradigma anterior nasce deste segundo. Inimigos querem a destruição do outro, oponentes só estão defendendo-se, e por isso brigam. Aliás, o que para nós, na maioria das vezes, é diversão, para estes seres vivos é uma questão de vida ou morte. É pela vida que eles estão lutando. Deveria ser sempre assim? Eles não podem ser tratados apenas como parte de um jogo de vida ou vida? Ao menos vale a refelexão.
Acredito que tudo começa assim, a beleza da pescaria está na harmonia, na água, na boa compania, nas boas risadas, no vento e também no peixe. Mais do que presas os peixes são parte destes dias felizes de linhas esticadas e almas descansadas.
Este é o espirito deste blog. Sejam todos bem vindos e espero que aproveitemos bem este espaço.
Um grande abraço,
Fabio Teixeira
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